As expectativas do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira para hoje são altas, depois de ter confirmado uma adesão de 85% dos enfermeiros de serviço no turno da noite à greve de dois dias em vigor desde ontem às 8 horas. O número refere-se aos cuidados hospitalares e aos de saúde primários, prestados nos centros de saúde.

“Todos os dados apontam que hoje teremos um maior número de enfermeiros a aderir a esta jornada”, disse Juan Carvalho, presidente do sindicato. “Ontem de manhã tivemos 68%, no turno da tarde passamos aos 74% e durante a noite, segundo os dados recolhidos já sobre a manhã, apontavam para os 85%”.

A informação recolhida dá conta de que mais enfermeiros estão disponíveis para participar hoje na paralisação. Muitos, explica, não fizeram os dois dias porque tem um impacto maior no salário no final do mês.

Além dos números, Juan Carvalho acredita que esta adesão representa um reforço do sindicato, na medida em que se revêem nos seus argumentos e nos princípios reivindicativos. Estão a dar um aval para que o Governo cumpra as promessas feitas em 2017 e que já deveriam estar em vigor. Se há questões que estão dependentes de legislação nacional, como as questões de carreira e suplemento remuneratório para os enfermeiros especialistas, a questão do descongelamento, das condições de trabalho e da contratação são problemas passíveis de serem solucionados na Região. Isto é quase um referendo para o sindicato avaliar se o trabalho que está a fazer está de acordo com aquilo que é a opinião e aquilo que os enfermeiros entendem que tem de ser resolvido. Isto é um estímulo muito positivo”.

O Sindicato dos Enfermeiros da Madeira representa entre 75 a 80% dos enfermeiros sindicalizados num universo de 1.600 profissionais.

O acordo colectivo de trabalho, que a nível nacional foi aprovado a 12 de Janeiro, ainda não reuniu consenso cá, informou. “Já apresentamos uma proposta ao SESARAM [Serviço de Saúde da RAM], lá há EPE [Entidades Públicas Empresariais] igual como aqui, não percebemos porque é que já vamos para a terceira reunião, que se irá realizar a 10 de Abril, e o SESARAM continua a levantar um conjunto de problemas da sua aplicabilidade na Região. É caso para perguntar se as EPE na Região são diferentes das EPE nacionais”. A isto junta-se a questão da contratação dos 400 enfermeiros no período desta legislatura e que ainda não foi além dos 150.

 

Fonte: dnoticias.pt